quinta-feira, 27 de agosto de 2009

Súbito

As notas musicais que escorriam insinuantes por toda a sala, à meia luz, pediam entrega, elas mesmas pareciam render-se, e ficava ainda mais sedutor deixar a alma sublimar.

Fluido, a sala, o vinho, o som, os cheiros. Substanciadas as coisas em fluido ficava tudo tão mais leve, tão mais fácil, dava a impressão de ser inofensivo e inevitável o inusitado.

Prever é parte de planejar, só tem que dessa vez a previsão tomou um susto e os fatos ocorreram à revelia dos planos. Combinavam, os tais fatos, tão mais com o desejo presente que com o bom-senso de organização do universo, que ficou o dito pelo não dito.

Pois que na foto ficou quase nítido que talvez seja mesmo o improviso que acorde os melhores arranjos....

- Elis Barbosa

3 comentários:

  1. Ah (suspiros)... também quero improvisos, sem os imprevistos.

    Bjos, Kk

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  2. Amiga, querida! Se eu pudesse te emprestava um kadim disso...

    Beijos, amada!

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  3. Sem palavras: realmente, muito bom, muito diferente! A cadência do seu texto é ótima. Ele flui de maneira tão autônoma que não dá trabalho lê0lo, pelo contrário. Muito legal

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Troca comigo, meu texto pela sua impressão dele ;O)