segunda-feira, 23 de abril de 2007

Despedida Impaciente





Falta, ausência, demanda, necessidade... de arte sentida, de sentimentos bem feitos, de comida bonita, de sexo minucioso.
Pode tentar negar, mas o fato verídico e comprovado é que eu e a noite vimos você plantado na esquina, criando raízes... e a pergunta que fica agora suspensa no ar é o motivo, sim, procura-se o mote para considerarmos - a noite e eu - que ainda possa existir conteúdo para a forma estática e dura com que nos deparamos.
Para a noite a lua era minguante, pra mim, o saco era cheio de ter de me deparar com você. Estranho você, que exibia uma obstinação impertinente e blasfemava contra tudo que de verdade havia sido plantado para vida por nossas próprias mãos em conjunto de quatro! Faltava o você que só você sabia ser para que fosse extinta de uma vez por todas a ausência de afeto do mundo! Sim, porque, o mundo costumava ser pequeno demais para a magia da sua inspiração e de repente, minguou.............................
A nossa demanda – minha e da noite – sempre foi a mesma: poder ser sem ser mal-dita, mal-falada, mal-comida, mal-compreendida, mal-amada! Desejo, perene e doce desejo que a nós todos envolve e que a maioria envolve num véu de emancipação cujo colorido sem graça é de extremo mal-gosto! Emancipação transparente que vai derrubando os bibelôs espalhados pela casa, clean é a ordem do dia. Foda-se sou da noite!
A sua falta, o pecado capital, foi a ausência. Não de presença, mas de vontade. Sua paralisia na noite torna cada vez mais evidente seu desaparecimento gradual pelos dia que correm... os proclamas de sua breve extinção! Diante de tal quadro me pergunto o que falta pra que o cosmos dê cabo de sua tênue existência?
Necessitávamos quando nos faltou e nos faltou por sentir que seria de bom tom manter a harmonia superficial das coisas e por lembrar que a ordem do dia era tudo clean, e o dia não acabava nunca porque você baniu a noite!
Nesse sentido e levando em consideração o acima exposto solicitamos por meio desta que saia de nosso caminho e nos permita transitar pelos dias porque a noite somos nós. Solicitamos ainda que continue ignorando a beleza da vida que pulsa a todo o momento já que seria de extremo mal-gosto oferece-la a alguém que não sabe se dar ao desfrute. Mantenha seu preto no branco fora das vistas dos que ainda não morreram ou encontrará flores, estrelas, luas e sóis desenhados nas superfícies absolutamente impecáveis das paredes de açúcar que construiu para conter esse novo mundo, o mundo dos que não são.
Volte a vida se puder, muito embora eu não vá estar aqui pra assistir, pois estou indo embora para um lugar meio longe daqui, mas onde a práxis se define por arte sentida, sentimentos bem feitos, comida bonita e sexo minucioso.

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