e o diafragma está agora apertado pela mão que seguraria a minha durante a travessia… e a dor do aperto se mistura à de não respirar… e as reticências são os intervalos necessários para que se articule algum raciocínio linear em meio a todo esse caos…
O elemento surpresa pode ser a coisa mais assustadora de todo o mundo inteiro, particularmente quando se trata de o chão ser sacudido justo quando só a Impotência está na sala, sempre sentada, lamentando-se de nada poder fazer. E de cenho franzido, expressão que empresta algum (senão o único) sentido à perplexidade, repetem-se as tentativas de entender, faz-se o caminho de volta, sozinho, pasmado, investigativo, na tentativa de encontrar o que se perdeu, pois decerto que algo se perdeu!
O elemento surpresa pode ser a coisa mais assustadora de todo o mundo inteiro, particularmente quando se trata de o chão ser sacudido justo quando só a Impotência está na sala, sempre sentada, lamentando-se de nada poder fazer. E de cenho franzido, expressão que empresta algum (senão o único) sentido à perplexidade, repetem-se as tentativas de entender, faz-se o caminho de volta, sozinho, pasmado, investigativo, na tentativa de encontrar o que se perdeu, pois decerto que algo se perdeu!
Mas o quê, o que poderá ter sido?
Ao fim, começa-se a reviver tudo novamente, daí talvez a má digestão... Todo fim inaugura um processo de transformação, mas sendo abrupto o fim instaura-se ainda outro processo, o de acreditar que não, não é um sonho mal, é verdade, acabou!
É justo isso?
Mesmo não sendo, é ao fim que tem início o laborioso exercício de pinçar-se dali, de recolher-se para si, de revisitar minuciosamente tudo, do começo ao... Sim, só que agora como expectador que, além de não poder interferir, já conhece o desfecho da história que lhe abafa o peito!
Não respirar dói, mas respirar dói também, pior, faz chorar. Pensando bem, não é isso que fazem os bebês para nascer? Talvez respirando eu chore, e quem sabe, chorando,acabe por renascer…
- Elis Barbosa
Ao fim, começa-se a reviver tudo novamente, daí talvez a má digestão... Todo fim inaugura um processo de transformação, mas sendo abrupto o fim instaura-se ainda outro processo, o de acreditar que não, não é um sonho mal, é verdade, acabou!
É justo isso?
Mesmo não sendo, é ao fim que tem início o laborioso exercício de pinçar-se dali, de recolher-se para si, de revisitar minuciosamente tudo, do começo ao... Sim, só que agora como expectador que, além de não poder interferir, já conhece o desfecho da história que lhe abafa o peito!
Não respirar dói, mas respirar dói também, pior, faz chorar. Pensando bem, não é isso que fazem os bebês para nascer? Talvez respirando eu chore, e quem sabe, chorando,acabe por renascer…
- Elis Barbosa
Elis,
ResponderExcluirEste texto toca muito. Todo processo de recomeçar, de digerir, de renovar é dolorido, porém rico.
obrigado pelo texto
bjs
Maravilhoso esse texto Elis. Como tem sido o curso? Anseio por seus textos.
ResponderExcluirBjos, Kk
Amada, estou com saudades tuas! Que bom que gostaste! Vou colocar mais algumas coisas por essa semana ainda! Te gosto viu, preta?
ResponderExcluirFlávio, que honra tê-lo por aqui, obrigada!
ResponderExcluirProcessos são sempre assim, lentos, graduais, doloridos, até quando é bom é ruim... mas rico, sem dúvida!
Um abraço,
Elis
Gostei de tudo que li, tudo que vi...
ResponderExcluirAdoro formas inteligentes de falar de 'gente'.
Não respirar dói, mas respirar dói também, pior, faz chorar. Pensando bem, não é isso que fazem os bebês para nascer? Talvez respirando eu chore, e quem sabe, chorando,acabe por renascer…
Opa! Fico muito feliz que tenha gostado! É bom demais ver comentário de gente nova em texto velho. :O)
ResponderExcluirEm sua homenagem fiz até uma revisão do texto “De novo e de novo”. Se quiser volta lá e me diz o que achou.
Abraço,
Elis Barbosa